#3 - Perder um prazo (e achar normal)

A realidade do mundo cotidiano é cruel. Aparentemente o tempo é insuficiente para fazermos tudo que precisamos/queremos. Aparentemente?! É... quando vejo algum caso de profissional de sucesso que acumula tarefas nas mais diversas escalas sociais fico intrigado com a "fórmula mágica" usada. E nesse ponto as mulheres são o exemplo máximo quando conseguem ser mães, donas-de-casa, profissionais, atletas e ainda passam, no salão, shopping center etc.

Voltando para o campo profissional do design/publicidade é imperativo o uso dos prazos. São eles que estabelecem o seu fluxo de trabalho e organização profissional/empresarial. E se você acha que isso não é tão importante atenção: você pode estar prestes a dar um tiro no pé e não sabe disso. A reputação profissional começa a ser medida com a sua pontualidade na primeira reunião e não para de o ser até que o trabalho seja entregue (no prazo). Qualquer atraso será ponto negativo para você. Nenhum estudo extra justifica um prazo perdido, ou você anseja ser reconhecido como um ótimo profissional/empresa, mas que não cumpre prazos?!

É extremamente importante que o profissional de criação esteja atento ao definir uma data de apresentação. Todos sabemos que tem aqueles dias onde o bloqueio criativo te deixa mais inútil que xampu para carecas. E isso nunca será levado em conta pelo seu cliente/patrão/sócio/atendimento até porque a expectativa do cliente é sempre inversamente proporcional ao prazo destinado. E nesse ponto eu  sou asburdamente contra o raciocínio de alguns lugares que calculam prazo fechado x 15h = quantidade de horas extra. Na verdade eu sou contra qualquer tipo de hora extra exceto raros e esporádicos casos. E olha que eu sou contra essa conduta de bloqueios a redes sociais como MSN, Gtalk e orkut. É possível ter a liberdade com o criativo desde que se saiba como controlar com eficiência o seu tempo.

E qual seria a melhor forma de definir um prazo?! Cada profissional tem uma velocidade de trabalho e uma especialidade. Desse jeito fica difícil de estabelecer um padrão. No entanto, existem alguns macetes. Primeiramente monte um cronograma inverso (desde a definição de conceitos até a entrega dos arquivos fechados). Sabendo quanto tempo, em média, você dedica para cada atividade é possível estabelecer um cronograma macro e torna-se mais fácil defendê-lo. Depois seja cristalino com o seu cliente quando for explicar o tempo que você pede. Justifique quanto tempo você precisa para fechar arquivos, definir conceitos, estudar desenhos etc.
Se você domina seu timming e sabe dialogar com o cliente, parabéns! Já foi meio caminho andado. Mas aí é que começa o mais difícil: a administração do seu tempo. Como dizia meu avô: sabendo usar não vai faltar. Não abra mão das cultura (in)útil, bate-papos e outras tantas maravilhas ou porcarias que temos por aí, mas seja controlado e saiba quando aquilo deixou de ser inspiração e passou a ser "empatação".

Seja conciente da sua velocidade de trabalho. Lembre-se que quando você não cumpre um prazo você pode estar perdendo uns pontos valiosos na avaliação do seu cliente. Seja sincero com o cliente quanto ao prazo que você precisa e não dê desculpas esfarrapadas. Aliás, se você for sincero quanto a preço e prazo não vamos precisar ficar naquele jogo de negociação que tanto discutimos. Mas isso é pauta pra outra conversa.

4 comentários:

Daniel9D disse...

metodologia nos livra de imprevistos como o "bloqueio criativo" ou como gosto de chamar "crise de criatividade"... separe um tempo para "cultura (in)útil" e não deixe ela se transformar em "empatação", como vc mencionou! Faz parte de uma metodologia :)

Daniel9D disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel9D disse...

Encontrei por acaso, depois de ler este post: "Uma reflexão introdutória sobre o problema do tempo em projetos de desenvolvimento" http://migre.me/ekeJ

Gustavo Santana disse...

POis é Daniel, quem tem metodologia entende bem aquela fórmula de 1% de inspiração e 99% de transpiração. Mas na boa, é injustificável adiar prazos por desleixo e isso é uma prática comum de um "inexperiente", como eu tenho usado, ou de um free lancer. Uma briga pela profissionalização da atividade começa com a boa prática dela.

Postar um comentário